A venda de modelos híbridos e elétricos leves pode ultrapassar a de veículos a combustão até o fim desta década, com 1,5 milhão em 2030, e pode representar mais de 90% em 2040.
Os dados fazem parte do levantamento “Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil”, realizado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e o Boston Consulting Group (BCG).
No último dia 5, o estudo foi entregue a Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e é uma contribuição da entidade e do setor para a 30a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em 2025, em Belém, no Pará.
Atualmente, o setor automotivo emite 242 milhões de toneladas de CO2 por ano, o que representa cerca de 13% das emissões totais do Brasil. Se o ritmo atual de crescimento for mantido, as emissões poderão atingir 256 milhões de toneladas em 2040.
No entanto, o estudo Anfavea/BCG demonstra que, ao se intensificar o uso das novas tecnologias de propulsão desenvolvidas pelos fabricantes de veículos nacionais, combinadas com a maior utilização de biocombustíveis, pode-se obter uma redução de até 280 milhões de toneladas de CO2 nos próximos 15 anos.
Segundo a Anfavea, essa redução pode ser ainda mais expressiva, alcançando 400 milhões de toneladas de CO2 no mesmo período, caso sejam adotadas as seguintes medidas:
- Renovação da frota;
- Inspeção veicular;
- Aumento do poder calorífico dos biocombustíveis;
- Implementação de programas de reciclagem veicular.
Esse avanço envolve o desenvolvimento de um ecossistema abrangente, que inclui a cadeia de fornecedores, infraestrutura de recarga, geração e distribuição de energia, além da produção de biocombustíveis.
“O estudo demonstra o papel que o setor automotivo está desempenhando no desenvolvimento de tecnologias rumo à descarbonização, oferecendo soluções que não apenas atendem às necessidades de mobilidade, mas que também reforçam o compromisso em promover uma significativa redução das emissões de gases de efeito estufa, beneficiando a sociedade como um todo e as futuras gerações”, afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil