Frotas mais seguras, relacionamentos mais fortes

Quando aplicada com transparência e foco na proteção dos dados, a videotelemática contribui para reduzir riscos e fortalece o vínculo entre gestores e condutores.

Na indústria de transporte, segurança e proteção sempre foram prioridades. A rápida adoção de tecnologias de videotelemática tem mostrado valor concreto nesses dois pilares. No entanto, é legítima a preocupação dos motoristas em relação ao impacto dessas tecnologias sobre sua privacidade.

Gestores de frotas se veem no centro de um dilema: por um lado, o potencial da videotelemática; por outro, as preocupações dos motoristas e sindicatos. É hora de mudar essa conversa. Videotelemática e privacidade não são conceitos incompatíveis - eles podem e devem coexistir.

Quando projetada com foco na privacidade, a videotelemática torna-se uma ferramenta para aumentar a segurança e a autonomia do motorista. Com uma abordagem centrada na privacidade e proteções integradas para os dados e para o motorista, a videotelemática com inteligência artificial deixa de ser uma preocupação e passa a ser uma solução que salva vidas, gera confiança e melhora os resultados para todos os envolvidos.

Foco na privacidade

Um dos maiores desafios enfrentados pelas frotas atualmente é a desconfiança dos motoristas, especialmente em relação às câmeras internas. Motoristas temem que cada movimento seja julgado, que erros – reais ou percebidos – sejam usados contra eles, que seu profissionalismo seja questionado e que sua privacidade esteja sendo violada.

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A videotelemática com inteligência artificial deixa de ser uma preocupação e passa a ser uma solução que gera confiança e salva vidas

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Essa resistência não é infundada. A vigilância usada de forma punitiva ou retributiva compromete o moral, aumenta a rotatividade, gera insatisfação e até mesmo sabotagens aos equipamentos. A intenção pode ser a segurança, mas a percepção do motorista é de vigilância constante. É nesse ponto que o setor precisa evoluir.

As plataformas de videotelemática com inteligência artificial disponíveis atualmente, quando desenhadas com privacidade, transparência e bem-estar do motorista como princípios, diferem fundamentalmente dos sistemas tradicionais de vigilância. Esses sistemas modernos detectam riscos em tempo real com uso de inteligência artificial embarcada. Sinais de fadiga, sonolência ou distrações são detectados e alertas são emitidos imediatamente, sem que o vídeo seja enviado para a central ou visualizado por terceiros.

Por exemplo, se um motorista olha rapidamente para o celular, o sistema com foco na privacidade emite um alerta sonoro leve, lembrando-o de se concentrar. Não há escalonamento, gravação ou notificação à central, a menos que os alertas sejam ignorados repetidamente. A prioridade é a segurança, oferecendo ao motorista a oportunidade de se corrigir e evitar riscos. Somente como último recurso o evento é registrado para fins de orientação e correção – nunca para punição.

Essa filosofia de “alertar primeiro, reportar por último” é essencial para construir um sistema baseado na confiança.

Segurança incorporada ao sistema

Na LightMetrics, nossa plataforma RideView foi desenvolvida com uma arquitetura pró-motorista e centrada na privacidade, reinventando a relação entre tecnologia e condutores. Sempre que há dúvida, a inteligência artificial favorece o motorista. Nenhum outro sistema faz isso.

Estes são os principais recursos em apoio ao motorista:

• Alertas em tempo real na cabine: Notificações sobre fadiga, distração, sonolência e outros comportamentos de risco, permitindo correção imediata.
• Gravação baseada em eventos: Apenas comportamentos de risco persistentes são gravados e sinalizados – sem transmissão contínua ou exposição desnecessária.
• Processamento local (Edge AI): Toda a análise comportamental é feita no próprio dispositivo – nenhum vídeo deixa o veículo, salvo em casos relevantes.
• Alertas sem gravação: Os alertas internos são emitidos sem que o vídeo seja gravado ou arquivado. Isso significa que atos positivos de direção segura podem não ser reconhecidos ou utilizados para orientação.
• Botão de pânico integrado: Em situações de emergência, o motorista pode acionar manualmente a gravação e alertas, controlando o que é compartilhado e quando.
• Comunicação via push-to-talk: Permite diálogo em tempo real entre o motorista e a central, especialmente em emergências, promovendo confiança mútua.
• Reconhecimento positivo: Comportamentos seguros são reconhecidos, não apenas violações. Frotas podem premiar motoristas por altos índices de segurança e longos períodos sem incidentes.
• Detecção de adulterações: Tentativas de desconectar, bloquear ou danificar o equipamento geram alertas para o gestor da frota, garantindo a integridade do sistema sem vigilância invasiva.
• Transmissão ao vivo: Restrições rigorosas controlam quem pode acessar a transmissão ao vivo, e o motorista é sempre notificado antes.
• Controle de acesso: Apenas pessoas com necessidade específica têm acesso aos dados da frota.
• Modos de privacidade: O motorista pode ativar modos de privacidade por meio de botão específico. Por exemplo, um pressionamento longo pode desativar a câmera interna e o rastreamento de localização – útil em veículos de uso duplo ou fora do horário de trabalho.

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A filosofia de "alertar primeiro, reportar por último" é essencial para construir um sistema baseado na confiança

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Essas funcionalidades são tecnológicas, mas acima de tudo, humanas. Protegem o motorista e preservam sua autonomia, criando um ambiente mais seguro sem comprometer sua dignidade.

Confiança versus controle

O verdadeiro desafio não é a tecnologia, mas a mudança cultural. Muitas frotas adotam a videotelemática visando conformidade, seguro ou redução de responsabilidade. Embora esses objetivos sejam válidos, não devem comprometer a confiança. Frotas que implementam câmeras sem comunicação transparente ou sem uma abordagem pró-motorista arriscam perder seu maior ativo: as pessoas. Nem todas as soluções de videotelemática são iguais.

A chave está em adotar uma videotelemática centrada na privacidade e mudar completamente a narrativa.

Gestores de frota devem substituir o "Estamos observando você" por "Estamos aqui para te apoiar." É essencial envolver os motoristas desde o início, explicar claramente as proteções existentes e como os dados serão – e não serão – utilizados. Construir essa confiança exige esforço, mas os resultados compensam.

Resultados

Quando a videotelemática com inteligência artificial é aplicada com foco no motorista e respeito à privacidade, os resultados são evidentes:

• Redução de acidentes, graças a intervenções preventivas e orientação em tempo real
• Resolução mais rápida de sinistros, com evidências em vídeo baseadas em eventos específicos
• Sensação de proteção por parte do motorista, com suporte imediato via push-to-talk
• Aumento do engajamento e redução da rotatividade
• Melhoria na capacitação e segurança por meio de dados relevantes, não apenas imagens
• Diminuição nas tentativas de sabotagem, com motoristas comprometidos com o sistema

Em resumo, as frotas ganham segurança e eficiência; os motoristas, proteção e respeito.

À medida que a indústria de transporte e logística evolui, a segurança das frotas dependerá cada vez mais de tecnologias inteligentes, éticas e centradas no ser humano. A videotelemática com inteligência artificial tem um papel fundamental – desde que implementada de maneira a gerar confiança, e não desconfiança.

Na LightMetrics, acreditamos que segurança e privacidade não são opostos, são parceiros. Nossa missão é desenvolver soluções que respeitem os motoristas, apoiem as frotas e tornem as estradas mais seguras para todos. O RideView foi criado com a privacidade como princípio essencial.

O futuro da segurança de frotas não está em observar mais, está em cuidar uns dos outros.

Tárik Sarhan
Diretor Latam da LightMetrics