O ano de 2030 é o prazo estabelecido pela Agenda 2020 da ONU para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. No Brasil, o programa Mover 2030 desempenha um papel crucial, estabelecendo diretrizes para a indústria automotiva que incentivam o desenvolvimento tecnológico, a competitividade e a sustentabilidade ambiental.
Uma das principais metas do Mover 2030 é a incorporação de tecnologias avançadas nos veículos, incentivando a transição para uma mobilidade mais limpa e eficiente. Entre as inovações esperadas, destacam-se os veículos autônomos, que utilizam sistemas de inteligência artificial e sensores avançados para navegar e operar sem intervenção humana.
A eletromobilidade também é um pilar fundamental do programa, com a previsão de que entre 10% e 30% dos novos veículos vendidos até 2030 sejam elétricos ou híbridos. Isso inclui a expansão da infraestrutura de recarga, com estações de carregamento mais acessíveis e eficientes, bem como incentivos governamentais para fomentar a adoção desses veículos. A integração de tecnologias de Internet das Coisas (IoT) permitirá uma gestão mais eficiente das frotas, otimizando rotas e reduzindo o consumo de combustível.
Tendências e ondas
Quando falamos de especulações futuras para a mobilidade, é essencial entender a diferença entre tendências e ondas; representando diferentes níveis de impacto e longevidade no cenário da mobilidade.
Tendências são mudanças de longo prazo que indicam uma direção clara e contínua. Uma das principais tendências na mobilidade é a crescente adoção de veículos elétricos e híbridos. Esse movimento é sustentado por fatores como a conscientização ambiental crescente, avanços tecnológicos e políticas governamentais que incentivam a redução das emissões de carbono.
Dentro dos veículos híbridos, existem diferentes tipos, como os convencionais HEV, que possuem um motor elétrico e outro a combustão, que trabalham juntos, como no caso do Toyota Corolla Cross Hybrid, onde ambos os motores podem funcionar simultaneamente ou de forma independente.
Já os híbridos plug-in (PHEV) têm uma bateria maior que pode ser carregada em uma tomada elétrica, permitindo que o carro seja conduzido por distâncias maiores apenas com eletricidade. Um exemplo é o Chevrolet Volt, que opera exclusivamente com energia elétrica antes de utilizar o motor a combustão.
Por fim, os veículos elétricos de extensão de autonomia (EREV) utilizam o motor a combustão apenas para gerar eletricidade para o motor elétrico, que é o único responsável por mover o veículo. O modelo BMW i3 REx é um exemplo, onde o motor a combustão atua como um gerador para prolongar a autonomia elétrica.
No caso das ondas, elas são mudanças que ganham força rapidamente e podem provocar grandes impactos, mas não têm a mesma durabilidade que as tendências. Um exemplo é o aumento no uso de aplicativos de transporte compartilhado, como Uber e 99, há alguns anos. Esses serviços mudaram drasticamente a forma como nos deslocamos nas cidades e pensamos mobilidade urbana, com ainda mais conveniência e flexibilidade.
Visão estratégica
O futuro da mobilidade é mais do que uma mera transição para veículos elétricos e modais menos poluentes. É uma visão estratégica que abrange escolhas conscientes visando um progresso sustentável dos negócios.
Em nosso recente estudo com mais de 1000 profissionais de gestão, ficou claro que a digitalização e automação são prioridades. O foco do hoje está na eficiência operacional, na otimização de processos e na redução de custos. A transformação digital não é apenas uma tendência, é uma necessidade para enfrentar os desafios da mobilidade moderna. Porém, a visão de longo prazo é de uso de tecnologias avançadas somadas a inteligência de dados para reduzir as emissões de carbono, afinal, sabemos que 20% das emissões globais de CO2 são provenientes do transporte.
Como líderes, temos a responsabilidade de tomar decisões que impactem positivamente não só as frotas, que são essenciais para o pleno funcionamento da nossa sociedade e negócio, mas também o planeta, pelo futuro das próximas gerações.
Mover para o bem
A transição para veículos elétricos e híbridos, a digitalização e automação dos processos de gestão de frotas, e a adoção de tecnologias de dados são apenas algumas das mudanças que estão redefinindo a forma como gerenciamos a mobilidade.
O cenário atual das frotas corporativas no Brasil inclui uma variedade de tamanhos e tipos de operações, que demandam soluções de gestão de frotas que contribuam para o aumento de sua eficiência e sustentabilidade. Já imaginou empresas, sociedade e o planeta caminhando juntos? Nós acreditamos nesta conexão para o bem de todos. Para juntos movermos rumo a um mundo melhor.
O futuro da mobilidade não é apenas uma especulação distante; é uma jornada que já começou e precisa conectar pessoas, cargas, frotas, dados, gestão, negócios. A inovação passa por ela e acelerará ganhos a todos.
É nosso compromisso hoje: mover para o bem. E o seu?
Patricia Gomes
Diretora de Marketing e Growth da Edenred Mobilidade